“Fui” ao funeral do Rizzuto!
Quem leu os posts anteriores sabe do que estou a falar.
Realmente aqui em Montreal, tenho feito coisas que não me estou a ver fazer em Portugal! E esta foi mais uma delas. Notícias são notícias e como tal o funeral do mafioso Nicollo Rizzuto foi anunciado, noticiado (?) na televisão e daí ter decidido que iria mesmo ver o que se passava. Então ontem logo pela manhã, 9.30 pus pés ao caminho pois a Igreja Madonna della Difesa ainda fica a mais de uma hora ( aqui, desde que não chova eu ando sempre a pé) e o anunciado era para as 11.00. Quando cheguei, exactamente por essa hora, o ambiente em volta da igreja, que estava de portas fechadas e guardadas por matulões de óculos escuros e sobretudos de bom corte, era o seguinte: gente chique integralmente de preto que chegava em grupos, dezenas e dezenas de fotógrafos de câmaras telescópicas e povo, bastante povo, sorrateiramente a polícia por perto. Mas como diz o nosso ditado “ a casamentos e a baptizados só vão os convidados” aqui podíamos (embora não rimasse) acrescentar- a funerais-, pois os matulões só deixavam entrar a tal gente chique que acima referi. Sim, estes, rapidamente dissuadiram dois “penetras” que, em separado intentavam ir prestar a última homenagem ao morto!! Tudo isto apreciei e tentei documentar com a ajuda da minha “click-clack”, embrenhando-me entre os que com os “canhões” disparavam sem cessar,
quando, com hora e meio de atraso, a urna dourada sai-a da igreja! Teria dado qualquer coisa para ouvir o elogio fúnebre…
Realmente a profissão de repórter deve ser apaixonante e assim se compreende que às vezes esquecendo-se da gravidade das situações ponham a vida em perigo. Ontem tratava-se apenas do funeral de um mafioso já com 86 anos no qual provavelmente só falarão quando ele deixar de ser o último na lista dos assassinados… E isto acontece”neste Canadá”!