Segunda-feira, 29.11.10

Nas minhas "sete quintas"

 

 

 

       

  

 

 Ontem domingo Portalegre recebeu-nos com sol, um sol de inverno mas de qualquer das  formas bom para uma primeira volta nas minhas “sete quintas”. Eu explico para quem possa estar confuso com este nome que como vêem teve honras de ficar gravado um azulejo.

 Quando viemos para esta casa, na realidade só tínhamos jardim embora nele eu tivesse plantado uma laranjeira, um limoeiro, um  diospireiro, uma romãzeira e uma ameixeira, pois para mais não dava…Mais tarde consegui comprar um bocado do olival que ficava por de trás e daí fazer o meu pomar e a minha horta. Nessa altura os filhos estavam todos na Escola e como tal os fins-de-semana estavam muitas vezes comprometidos, mas os estudos eram deles e a diversão minha! Fins de semana sobre fins de semana gastos a transformar a terra endurecida  do olival em algo onde pudessem crescer morangos, abóboras, espinafres…

 Num desses dias, em que eu entrava na horta logo pela manhã e dela saía já ao anoitecer, tirando um rápido almoço a  Patrícia chegou ao portão que dava para baixo e diz-me : oh mamã, estás mesmo nas tuas “sete quintas”! 

Agora que tenho aprendido alguma coisa de novo nas minhas aulas de conversação em inglês (leia-se,”americano”) acho que eles diriam you are on the top of the world ! E era verdade.

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publicado por naterradosplatanos às 15:30 | link do post | comentar | ver comentários (5)
Domingo, 28.11.10

As aranhas apreciaram a nossa ausência!

 

 

 

Ontem quando meti a chave na porta soube logo quem tinha ocupado a casa na nossa ausencia! E não fizeram cerimónia, andaram por todo o lado. Logo que entrei senti na cara a inconfundivel sensação. Conforme fui abrindo as janelas lá estavem elas prateadas e ténuas, balançando à mínima corrente de ar... um espanador, daqueles redondos, próprios para o efeito acabou-lhes com o atrevimento...

 

Abertas as janelas para o jardim, a agradável sensação de estar tudo bem tratado, o Sr. Romeu foi impecável no seu trabalho de jardineiro. Rodando a chave, de cada um dos compartimentos a minha casa tomou de novo conta de mim e parece que nunca dela saí! Sei que vai ser só por uma semana mas, mais cinco meses e estarei definitivamente de volta, e sei que as aranhas terão regressado, mas que importa? Cá estarei de novo para as meter na ordem!

publicado por naterradosplatanos às 16:26 | link do post | comentar | ver comentários (4)
Quinta-feira, 25.11.10

25 de Novembro de 1974

 

 

                                        

      

     Eram quatro horas da manhã quando me puseram nos braços um “bebé chorão” totalmente carequinha! Continuou carequinha e chorão por muito tempo, mais parecia que o colchão fofo que tinha na caminha era um “colchão de faquir”! E este hipotético colchão durou até para lá dos 3 anos…mas a partilha de noites menos bem passadas ajudou a ultrapassar tudo isto.

À parte de não apreciar o colchão por fofo que fosse, o Hugo foi sempre um menino tranquilo e bem comportado mas um verdadeiro destruidor de brinquedos o que realmente não se parece ajustar a esse comportamento.

Como mãe que quis manter o mais tempo possível o seu filho longe dos brinquedos bélicos, durante muito tempo não teve nenhuma pistola, mesmo depois de um dia ter imitado uma a partir de uma bolacha wafer mordiscando daqui e dali dando ao rectângulo que era a bolachan a forma de uma pistola… mas eu ignorei. Porém fiquei a pensar se valeria a pena manter a minha decisão até que no verão desse mesmo ano na Praia Grande, (onde normalmente passávamos duas semanas de férias) teria ele uns quatro anos, quando descobriu um bocado de madeira exactamente com a forma de uma espingarda e… pum, pum, pum em direcção às ondas! Nesse preciso momento desvaneceram-se as minhas intenções de o manter longe desses brinquedos bélicos! Depois disso estragou aposto que mais de uma dezena de pistolas, espingardas e revolveres…

Como disse e apesar de adorar e destruir pistolas era um menino muito tranquilo e nada dado a brincadeiras que exigissem disfarces… portanto nada de colaborar nas festas de Natal da avó Alice que, tinha sempre guardado para ele  o papel do principe da história ou devestir fantasias de Carnaval! 

 Como sempre os jardins escolas pedem aos pais para no Carnaval mandarem as crianças fantasiadas mas não era fácil convencer o Hugo. Lembro-me que, tinha ele também quatro anos, e porque andava a dar a série na televisão, quis fantasia-lo de Sandocan. Lá fiz a túnica e as calças tufadas, o cinturão e o respectivo turbante, este de uma fralda do irmão. Tudo pronto… as calças e a túnica ainda se vestiram, mas quem o convence a por o turbante? Ninguém, entre choros e nãos o que consegui foi tirar-lhe uma fotografia (que ainda deve andar lá por casa) mas leva-lo para a escola isso foi impossível! Hoje na sua casa acho que há um pequenino que se vai sair ao pai.

Na Escola Primária e pelo Ciclo Preparatório passou quase sem eu dar por isso. Excluindo as queixas da Srª D. Maria do Céu por causa da letra, muitas vezes ilegível e que acho que hoje ainda se mantém! Depois e até hoje foi um filho muito querido.

 

P.S. Esta fotografia foi recortada de uma fotografia do baptizado do André, tinha ele cinco anos e meio.

publicado por naterradosplatanos às 18:23 | link do post | comentar | ver comentários (3)
Terça-feira, 23.11.10

Rua da Ilha dos Amores

 

 

 

      

  

 

 

Digam-me lá se não é um nome delicioso para uma rua? Rua da Ilha dos Amores é o nome da minha rua em Lisboa e não imaginam como, já a casa comprada, foi uma agradável surpresa quando tomei consciência do nome da rua!

 Acho que deviam escolher sempre nomes assim, nomes que só de os lermos ficamos com uma sensação que nem eu sei bem definir…talvez uma sensação de… não sei bem traduzi-la por palavras, só sei senti-la…, talvez  que quem me ler me ajude a defini-la. E que dizer de outros nomes como Rua  do Rio das Pérolas, Rua da Nau Catrineta, Avenida da Peregrinação, Cais dos Argonautas, Passeio do Adamastor, Passeio do Levante, Pátio do Sextante, Passeio dos Jacarandás…?  Quem decidiu da toponímia do Parque das Nações foi muito feliz nas escolhas que fez…ah, ainda há as travessas: Travessa do Açafrão, Travessa da Canela, do Gengibre, da Malagueta entre outras especiarias. Depois aquelas com figuras que nos lembram aventuras lidas na meninice como a Travessa do Sandokan ou a Travessa do Sindbad, o Marinheiro…

 

Mas, e no Bairro do Areeiro, na Terra do Plátano? Nada disso, porquê Rua do Club Desportivo X ou do Club Y ou ainda a Rua do Monsenhor… ou a do Dom…? Estando o Bairro quase à entrada do Parque Natural de S. Mamede, porque não ter escolhido nomes ligados à Natureza?! Esta (a Natureza), teria dado uma imensidão de possibilidades de escolha para a meia dúzia de ruas que o bairro tem. Paciência…já está!

 

 Serão esses nomes que teremos que mencionar quando tivermos que escrever, num qualquer formulário ou no remetente de uma simples carta, a nossa morada daí na Terra do Plátano

 

 

 

 

 

publicado por naterradosplatanos às 20:42 | link do post | comentar | ver comentários (4)
Domingo, 21.11.10

CHEGAMOS !

 

 

 

Chegamos cedo ao aeroporto, mas das as filas enormes para “ a revista” e entre desensacar os computadores, tirar os casacos, os líquidos e até o mesmo os sapatos, e fazer o inverso consumiu-se uma boa parte desse tempo!

 

A viagem até Londres demorou um pouco mais de seis horas e foi feita de noite, mas ao contrário do costume não consegui dormir!. Como em Londres há que mudar de terminal novamente ficamos sujeitos à vistoria, um ritual que se prestarmos atenção aos que como nós a ele estão sujeitos até tem graça. Com as conversas (aquelas que entendemos), o que vai saindo dos bolsos dos homens e sobretudo das carteiras das senhoras às vezes até damos por nós a sorrir!

Depois disto temos ainda quatro horas de espera à nossa frente e se quisermos muito para nos distrairmos … mas como não tinha necessidade de comprar nada  e a actividade de “windows shop” não está nos meus interesses, valeram-me os jornais da Sala da StarAliance.  O voo atrasou-se o que foi natural pois a hora de chegada prevista para Lisboa coincidia com a saída das comitivas da Cimeira da Nato…

Mas cá chegamos, nós e as nossas muskokas, pelas quais eu temia não fosse dar-se o caso de se extraviarem!

 

 Quando descíamos estava o sol a pôr-se!

 

 

publicado por naterradosplatanos às 18:31 | link do post | comentar | ver comentários (3)
Sexta-feira, 19.11.10

Sim, eu sei que ela não estará assim!

 

 

 

 

  

 Logo há tarde estaremos a voar para casa, a hora de partida para o aeroporto parece não mais chegar! Porém as coisas que custam a atingir têm depois melhor sabor e por isso há que ter paciência. Também não poderei de imediato subir aquelas escadas e terei que esperar mais dois ou três dias mas a compensação virá do poder abraçar a minha "meninada" que entretanto deve ter crescido uns centímetros, centímetros esses que o Skype não é capaz de mostrar!

Sim, eu sei que a buganvília não estará assim, que apenas terá ramos que provavelmente já nem terão folhas, mas não importa, ela estará lá a receber-me e a prometer que no próximo Abril estará l tão exuberante, tal qualn esta fotografia que o Jorge lhe tirou!

publicado por naterradosplatanos às 01:48 | link do post | comentar | ver comentários (5)
Quinta-feira, 18.11.10

The fall is over...

 

 

      

Agora os dias são já bem mais pequenos mas, com grande admiração nossa e até estranheza dos Monterealenses e apesar de já estarmos a meados de Novembro as temperaturas ainda são relativamente mornas. Se fizer Sol e o ventinho de Norte não soprar, mesmo as manhãs não precisam de roupa especial (digo, quente) e assim nestes dias não resisto a um passeio sem pressas no Mont Royal.

 

Domingo esteve assim e como não era dia de trabalho, tive companhia… lentamente subimos a alameda que contorna o monte, derivando para aqui e para ali, até ao Lago dos Castores. Não sei se sabem que o castor é o animal ícone do Canadá, tal como o Kanguru é da Austrália, mas neste lago que embora grande é artificial, não há castores, apenas patos e peixes vermelhos! Mas voltando ao parque… as árvores já estão cinzentas salvo alguma resistente aqui ou a li e agora é o chão dourado pelas folhas caídas que chama à nossa atenção e assim o parque continua lindo!

 

Dizem os canadianos: O Outono é uma segunda primavera em que cada folha é uma flor! As fotografias que vos mando não me deixam em mentira!

 

 

 

 

  

 

 

 

publicado por naterradosplatanos às 01:56 | link do post | comentar | ver comentários (4)
Quarta-feira, 17.11.10

As malas estão há muito prontas!

 

     

 

 

Há muitos anos, em Dezembro de 1963, estava então eu no meu primeiro ano de faculdade. Nessa altura  as distâncias eram realmente distâncias, não só no espaço mas também no tempo, e os telefones qualquer coisa que se usava com parcimónia. Assim, as saudades de alguém que nunca tinha saído de casa apertavam, e  como que para enganar o tempo que ainda faltava para embarcar em Stª Apolónia, a minha mala  ficou pronta 15 dias antes da partida! 

 

Desta vez, não foram 15 dias, mas não andou longe!

 

P.S. Dentro do saco lá vão as nossas Muskokas.

 

 

 

 

 

 

 

 

publicado por naterradosplatanos às 20:09 | link do post | comentar | ver comentários (5)

Ontem tinha decidido...

 

...não publicar nada mais à cerca do "godfather" Rizzuto mas, depois de abrir o jornal de hoje, onde ainda vêm os ecos do acontecimento, resolvi voltar a faze-lo.

Os sublinhados a cor de laranja são meus!

 

Oh, como "este Canadá" me espanta!

 

 

 

 

 

 

publicado por naterradosplatanos às 12:49 | link do post | comentar | ver comentários (6)
Terça-feira, 16.11.10

“Fui” ao funeral do Rizzuto!

 

 

     

Quem leu os posts anteriores sabe do que estou a falar.

 Realmente aqui em Montreal, tenho feito coisas que não me estou a ver fazer em Portugal! E esta foi mais uma delas. Notícias são notícias e como tal o funeral do mafioso Nicollo Rizzuto foi anunciado, noticiado (?) na televisão e daí ter decidido que iria mesmo ver o que se passava. Então ontem logo pela manhã, 9.30 pus pés ao caminho pois a Igreja Madonna della Difesa ainda fica a mais de uma hora ( aqui, desde que não chova eu ando sempre a pé)  e o anunciado era para as 11.00. Quando cheguei, exactamente por essa hora, o ambiente em volta da igreja, que estava de portas fechadas  e guardadas por matulões de óculos escuros e sobretudos de bom corte, era o seguinte: gente chique integralmente de preto que chegava em grupos, dezenas e dezenas de fotógrafos de câmaras telescópicas e povo, bastante povo, sorrateiramente a polícia por perto. Mas como diz o nosso ditado “ a casamentos e a baptizados só vão os convidados” aqui podíamos (embora não rimasse) acrescentar- a funerais-, pois os matulões só deixavam entrar a tal gente chique que acima referi. Sim, estes, rapidamente dissuadiram dois “penetras” que, em separado intentavam ir prestar a última homenagem ao morto!! Tudo isto apreciei e tentei documentar com a ajuda da minha “click-clack”, embrenhando-me entre os que com os “canhões” disparavam sem cessar,   

quando, com hora e meio de atraso, a urna dourada sai-a da igreja! Teria dado qualquer coisa para ouvir o elogio fúnebre…

 

Realmente a profissão de repórter deve ser apaixonante e assim se compreende que às vezes esquecendo-se da gravidade das situações ponham a vida em perigo. Ontem tratava-se apenas do funeral de um mafioso já com 86 anos no qual provavelmente só falarão quando ele deixar de ser o último na lista dos assassinados…   E isto acontece”neste Canadá”!

 

 

 

 

 

 

publicado por naterradosplatanos às 18:28 | link do post | comentar | ver comentários (6)

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