30 de Abril de 1980 às 8h 30m
Hoje não vou escrever sobre o que vi ontem ou há uns dias atrás mas do dia do título do post…
Era rosado, loirinho mas ainda não dava para ver a cor dos olhos que mais tarde se veio a constatar que eram esverdeados. O cabelo que era então loiro era também todo levantado o que lhe dava um certo ar de porco espinho dos desenhos animados. Quando começou a sorrir e porque o fazia logo que alguém se aproximava, os irmãos passaram a chamar-lhe smile o que vim a proibir já que eu lhe tinha escolhido o nome com tanto cuidado! Depois foi crescer sempre com aquele cabelo arrebitado e que eu fazia questão de manter tal era a graça que lhe dava. Andou e falou cedo embora a palavra frigorífico fosse um tormento para ele.
Aí pelos 5 anos perguntou-me se havia varinhas mágicas, eu respondi que não, que isso eram coisas de histórias de fadas, ele contrapôs que sim que havia (e eram aquelas de que falei no meu segundo post). Também por essa altura um dia com um ar aflito, disse-me que tinha a cabeça cheia de pensos (queria ele dizer pensamentos) e o caso não era para menos! O penso que então o atormentava no momento era como é que a água apagava o fogo e o fogo derretia o gelo, convenhamos que para um garoto que pensava e nunca tinha estudado Física pudesse ser difícil de compreender. Muito antes de entrar na escola disse à Avó Alice ( foi ela que mo contou) que quando soubesse o nome de todas as letras ficava logo a saber ler e na realidade assim foi!
Algum tempo depois indagou-me sobre de onde tinham vindo os primeiros Homens. À minha explicação da teoria de Darwin (neste caso no sentido inverso) e sempre com um porquê a pedir mais explicação, (já que eu só respondia ao que ele me questionava), cheguei ao caldo cósmico. Depois de breve reflexão diz-me: pois, pois, todos viemos da água!!
Claro que não vou aqui contar mais gracinhas de um garoto loiro de cabelo cortado à escovinha e depois as observações mais sofisticadas de um adolescente…fico-me pois por aqui.
Para o meu querido que hoje faz prova do que então se anunciava, todo o êxito que ele merece.